Vitamina D – Atualização

A deficiência de vitamina D é um dos assuntos mais falados ultimamente no Brasil e no mundo, desta forma trouxemos para você as notícias mais atualizadas e informações sobre estudos, avaliação e recomendação desse micronutriente.

 

Em 2013 o deputado Walter Feldman do PSDB de São Paulo apresentou um projeto de lei (5363/2013) para assegurar a manutenção de taxas adequadas de vitamina D. O projeto prevê um período mínimo de descanso de 15 minutos antes das 16 horas de exposição ao sol durante três dias da semana a trabalhadores que possuem jornadas maiores que 6 horas ininterruptas em ambiente fechado, estudantes, enfermos em hospitais e presos. O projeto prevê também que leites, iogurtes e bebidas lácteas em todas as suas variações sejam enriquecidos com vitamina D. Em abril de 2015 o projeto foi arquivado.

 

Muitas pessoas criticam o projeto alegando que as pessoas não podem ser obrigadas a exposição ao sol, que nem todos utilizariam esse horário para esse fim, que o Brasil é um país ensolarado e não há necessidade dessa medida e que este horário de exposição pode causar câncer.

 

O que muitos não sabem é o tamanho da importância de níveis corretos de vitamina D no organismo. O projeto de lei pode estar mal formulado, mas chama atenção para um problema de saúde que estamos enfrentando.

 

Apesar de o Brasil ser um país ensolarado, estima-se que 77% da população da cidade de São Paulo apresente deficiência da vitamina D no inverno, no verão esses percentuais caem para 39%, que é considerado alto.

 

Dr. Robert Heaney da Universidade Creighton de Medicina da Califórnia explica que o ser humano evoluiu ao longo dos anos, habitava o leste da África equatorial, não usava roupas e ficava exposto ao sol 365 dias, produzindo muita vitamina D, com a migração para o norte e latitude mais altas o ser humano passou a se adaptar ao frio, utilizar roupas e se proteger em abrigos, diminuindo a produção de vitamina D gradativamente. A medicina evoluiu e começaram os estudos da fisiologia humana, foi observada a carência da vitamina D, que hoje atinge todas as idades.

 

Vitamina D: Nutriente ou pré-hormônio?

 

Embora seja denominada vitamina, conceitualmente se trata de um pré-hormônio. Juntamente com o paratormônio (PTH), ambos atuam como importantes reguladores da homeostase do cálcio e do metabolismo ósseo. A vitamina D pode ser obtida de fontes alimentares ou por meio da síntese endógena, que representa a principal fonte dessa “vitamina”.

 

Estudos apontam que a vitamina D não estaria somente relacionada ao metabolismo ósseo, outras doenças poderiam ser prevenidas se a utilização diária da vitamina D fosse adequada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) estudos relacionam a falta de vitamina D ao risco de câncer de mama, de colo, de próstata, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças autoimunes (esclerose múltipla), depressão e esquizofrenia, dor crônica, doença periodontal, entre outros.

 

Em 2011 o IOM (Institute Of Medicine) apresentou novas orientações sobre a vitamina D e cálcio. Foi realizada uma comissão de especialistas para revisar a literatura e definir novas recomendações. A mudança mais importante se refere às recomendações de vitamina D para crianças de idades entre 1 e 18 anos, que passaram de 200 Uls por dia para uma RDA de 600 Uls.

 recomendação-dri-vit-D

 

O exame para verificar níveis de vitamina D é chamado de 25(OH) (níveis séricos). O resultado pode ser expresso em ng/ml ou nmol/L, para fazer a conversão basta multiplicar o valor de ng/ml por 2,5.

Valores de referência

Classificação/Unidade de medida

ng/ml

nmol/L

Desejável

No mínimo 30

No mínimo 75

Insuficiente

De 20 a 30

De 50 a 75

Deficiente

Inferior a 20

Inferior a 20

vitamina_D_post_Daniela_Kappes_Blog_Prataviera

De acordo com o resultado do exame é necessário realizar a suplementação via oral para o paciente. Hoje existem diversas marcas de laboratórios conhecido, verifique sempre a bula para indicação correta da dosagem. A vitamina D pode ser encontrada na forma de comprimidos ou gotas.

 

Dose necessária de acordo com resultado do exame

Resultado em ng/ml

UI

27/28

200

25/26

400

23/24

600

21/22

800

19/20

1000

17/28

1200

15/16

1400

13/14

1600

11/12

1800

9/10

2000

7/8

2200

5/6

2400

3/4

2600

1/2

2800

0

3000

 

10 Afirmações Nutrológicas sobre a vitamina D

 

1 – Cerca de 80%  da fonte de Vitamina D Humana é obtida através da pele e não através da alimentação.

2 –  Um filtro solar com proteção UVB  a partir de 30, bloqueia 95% da produção de vitamina D.

3 – A vitamina D2  é obtida em alimentos vegetais, enquanto a D3 é obtido através de alimentos animais.

4 – A vitamina D pode ser tomada diariamente ou 1x na semana ou 1x por mês, desde que a dose seja corrigida. Isso  ocorre pois a meia vida da Vit D varia de 2 a 3 meses.

5 – Salmão selvagem é fonte de 3x mais Vitamina D que o Salmão de cativeiro.

6 – Um adulto jovem precisa de 2000 UI de Vit D diária para manter os níveis acima de 30.

7 – Existem receptores de vit D em cerca de 3% do genoma humano

8 – Indivíduos com pele negra  necessitam de 3x o tempo de exposição solar
que indivíduos  caucasianos para produzir a mesma quantidade de vit D.

9 – Quanto maior a idade menor é a capacidade da pele de produzir vit D.

10 – No metabolismo glicêmico a Vit D  estimula a exocitose de insulina no pâncreas e diminui a resistência insulínica por estimular a atividade do GLUT -4 (transportador de Glicose no músculo).

 

Fontes:

Câmara dos deputados

ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia

Instituto de bebidas

Vitamina D Brasil

MAEDA S.S. et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose D. Arq Bras Endocrinol Metab. 2014; 58/5.

DAWSON-HUGHES, B. et al. IOF position statement: vitamin D recommendations for older adults. Osteoporos Int, v.21, n.7, p.1151-1154, 2010

HOLICK, M.F. et al. Evaluation, treatment, and prevention of vitamin D deficiency: an Endocrine Society Clinical Practice Guidelin. Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, v.96, n.7, p. 1911-1930,2011.

 

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