Conheça o piso salarial do nutricionista e como ele é definido
O piso salarial é o valor mínimo que determinado profissional pode ganhar no exercício de suas atividades. No caso do piso salarial do nutricionista, trata-se de uma responsabilidade dos sindicatos dos nutricionistas estabelecer valores e parâmetros.
Gostaria de saber mais sobre o piso do nutricionista? O post vai indicar mais detalhes sobre o assunto!
A legislação que trata do assunto
A Resolução CFN nº 380/2005 é a que sugere parâmetros numéricos de referência conforme as áreas de atuação e as atribuições no Anexo III.
Também existem PLs (Projetos de Lei) em tramitação no Legislativo nacional que tratam do assunto. O acompanhamento desses trâmites pode ser realizado ao acessar o site da Câmara dos Deputados.
O PL nº 5439/2009 fala sobre o piso salarial do nutricionista (proposta de piso salarial de R$ 4.650). Esse PL foi arquivado no dia 17/09/2015.
O PL nº 6819/2010 altera a Lei nº 8.234, de 1991, sobre a jornada e as condições de trabalho dos nutricionistas. Esse PL propõe 30 horas semanais, uma quantidade mínima de nutricionistas em certas áreas de atuação e também garante o adicional de insalubridade. Esse projeto está aguardando Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Para mais esclarecimentos, o nutricionista deve contatar a FNN (Federação Nacional dos Nutricionistas) ou o sindicato de sua região. No site da FNN há uma tabela que orienta pisos salariais.
O piso salarial do nutricionista é variável
O piso salarial do nutricionista não é fixo, mas varia conforme o estado. Também pode variar de acordo com as áreas de especialização, os títulos, a experiência profissional e o segmento econômico.
Entre as áreas possíveis de atuação para um profissional de nutrição estão: clínicas; hospitais; consultórios; saúde pública; educação nutricional; restaurantes industriais; clubes desportivos; marketing e indústria alimentícia; docência; pesquisa.
O nutricionista pode se fazer presente em diferentes áreas, como alimentação coletiva, saúde coletiva, carreira acadêmica, indústria de alimentos e nutrição esportiva.
A alimentação coletiva, vale dizer, envolve a alimentação escolar e do trabalhador, bem como a dos restaurantes industriais e outros estabelecimentos.
A saúde coletiva consiste na elaboração de programas e políticas institucionais, em vigilância da saúde, nas unidades de atenção básica de saúde, nos grupos de apoio, nos ambulatórios e assim por diante.
O nutricionista que atua na indústria alimentícia desenvolve produtos e efetua o controle de qualidade.
A nutrição esportiva responsabiliza-se pela promoção, recuperação e manutenção da saúde e da performance de esportistas amadores em academias, clubes, times e eventos esportivos.
O profissional que abraça uma carreira acadêmica trabalha na área educacional, ensinando, pesquisando, coordenando cursos, em extensões, etc.
Para demarcar o piso do nutricionista deve-se antes entender o que é uma USN. Trata-se da Unidade de Serviço em Nutrição, a qual serve como unidade para identificar valores (1 USN, 2 USNs, 6 USNs e assim por diante).
A tabela de honorários da FNN
De acordo com a já citada tabela da FNN, alguns valores mínimos de referência são:
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USN: R$ 59,46;
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Piso nacional de referência (44 horas semanais): R$ 2.389,36, sendo a hora técnica avaliada em R$ 89,20;
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Consultas: nutrição clínica, R$ 118,92; nutrição domiciliar, R$ 178,38;
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Treinamento em nutrição e dietética: R$ 178,38/hora;
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Palestras: R$ 356,76/hora;
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Manual de Boas Práticas: R$ 2.675,70;
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Rotulagem de Alimentos: R$ 594,60 (lote inicial).
O piso salarial do nutricionista e as médias em alguns estados
Em São Paulo, o sindicato demarca os valores por setor em que o profissional atua. Se for na indústria e comércio, será de R$ 2.383; em hospitais e clínicas, R$ 2.500; nos refeitórios coletivos, R$ 2.155.
Já na Bahia, o piso salarial do nutricionista gira em torno de R$ 2.963. No Mato Grosso, esse piso é de R$ 2.703. Ambos consideram 40 horas semanais.
A média salarial de 11 estados segue a lista em ordem decrescente de colocação:
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11º Goiás: R$ 1.942;
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10° Paraná: R$ 1.956;
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9º Minas Gerais: R$ 2.077;
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8º Pernambuco: R$ 2.114;
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7º Espírito Santo: R$ 2.133,;
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6º Bahia: R$ 2.142;
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5º Distrito Federal: R$ 2.171;
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4º Rio Grande do Sul: R$ 2.191;
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3º Santa Catarina: R$ 2.337;
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2º São Paulo: R$ 2.354;
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1º Rio de Janeiro: R$ 2.357.
Conforme a lista acima, o estado que melhor paga ao nutricionista é o Rio de Janeiro (Região Sudeste), seguido imediatamente por São Paulo, na mesma região (uma diferença pequena de R$ 3 entre um e outro).
Na Região Nordeste, a Bahia é o estado que paga melhor. A Região Sul destaca-se, principalmente, com Santa Catarina. No Centro-Oeste, quem melhor paga é o Distrito Federal, situado na cidade de Brasília, no estado de Goiás.
A atenção a outros critérios
As áreas que melhor pagam ao profissional de nutrição são: turismo e hotelaria; empresas de logística e armazenagem; empresas de eventos; prestadoras de serviços e o comércio varejista.
Contudo, conforme o site Love Mondays, os salários mais elevados estão na indústria farmacêutica, sendo pagos a profissionais que cuidam da alimentação dos funcionários da empresa, preparando cardápios.
De acordo com esse mesmo site, os nutricionistas também são bem remunerados em empresas automobilísticas e em alguns órgãos públicos. Em seguida, vêm hospitais e empresas prestadoras de serviços hospitalares.
Os salários menores pertencem aos restaurantes de pequeno porte, às prefeituras de cidades interioranas, às escolas e aos hospitais que procuram nutricionistas formados recentemente.
O SINE (Site Nacional de Empregos) apresenta o seguinte panorama conforme a experiência do nutricionista:
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recém-formado: entre R$ 1.425 e R$ 2.409;
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2 a 4 anos de experiência: entre R$ 1.782 e R$ 3.011;
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4 a 6 anos de experiência: entre R$ 2.227 e R$ 3.764;
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6 a 8 anos de experiência: entre R$ 2.784 e R$ 4.705;
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mais de 8 anos de experiência: entre R$ 3.480 e R$ 5.882.
Quanto à média dos salários de acordo com as áreas de especialização, o site Catho oferece a seguinte tabela para nutricionista: de produção, R$ 2.079,13; comercial, R$ 2.160,21; clínico, R$ 2.079,67; esportivo, R$ 2.022,12; de qualidade, R$ 1.943,39.
O site acima faz uma avaliação considerando o valor para um único cargo. Mas, é comum que profissionais de saúde trabalhem em mais de um local, podendo acumular ganhos muito superiores.
A especialização pode aumentar em até 30% o salário do profissional de nutrição. Essa especialização pode ser presentada por um curso de pós-graduação ou MBA, por exemplo. Os que tiverem mestrado ou doutorado certamente gozam de mais vantagens remuneratórias.
Outras diferenças acontecem em função de o profissional ter domínio de outro idioma ou em razão do sexo (as mulheres levam vantagem sobre os homens em todas as áreas de atuação).
O que você pensa sobre o piso salarial do nutricionista em seu estado? Acha satisfatório? Dê a sua opinião, deixe seu comentário.